
Denúncia
Uma denúncia enviada por uma fonte desta coluna dão conta de como a má gerência do laboratório do Hospital Geral de Roraima tem prejudicado tanto os profissionais que atuam no local quanto os próprios pacientes. As reclamações vão desde a presença de roedores à falta de insumos essenciais.
Equipamento
Um dos principais pontos levantados é sobre o equipamento que realiza exames de sangue. Segundo a denúncia, ele quebra em média duas vezes por semana. De acordo com a fonte desta coluna, na semana ada foi preciso levar as amostras coletadas no HGR para a maternidade, já que o aparelho não possui um substituto e a manutenção não é feita em tempo hábil. E os maiores prejudicados com o problema, é claro, são os pacientes, que precisam aguardar por horas o resultado de exames. A máquina é responsável por exames como de glicose, TGO, Amilase, Lipase, Triglicerídeos, Fosfatase, Alcalina, entre outros.
Insumos
Outra reclamação destacada na denúncia se refere à falta de kit de sífilis. Segundo a fonte desta coluna, na semana ada, os estoques do laboratório zeraram e foi preciso suspender os exames para detecção da doença. “O laboratório disse que não tem no Estado, mas o Estado disse que tem, mas o laboratório não foi pegar. Então ficou nesse problema aí. E acabou que, de fato, os exames de testes rápidos de sífilis ficaram sem ser realizados. Um exame simples, barato, que é dado pelo Governo Federal esses kits e acaba que não estavam sendo realizados”, relatou o denunciante.
Pragas
Uma visita inesperada também chamou a atenção dos servidores. Um rato foi avistado no dia 26 de abril no laboratório do Hospital Geral de Roraima, no entanto, segundo a denúncia, esses animais seguem circulando no local. Foi montada uma armadilha para tentar capturar o roedor, conforme imagens enviadas a esta reportagem. A situação é preocupante, visto que trata-se de um ambiente hospital, que deveria ser totalmente controlado e livre de pragas.
Falta de estrutura
A falta de humanidade também está presente na denúncia. Servidores dormindo em colchões rasgados e até no chão por falta de cama para todos os trabalhadores. É o que relatou a fonte desta coluna, que também reclamou que os funcionários sofrem assédio moral por parte do coordenador do laboratório. Trabalhar num local sem estrutura para desempenhar suas funções e ainda ar isso é, no mínimo, humilhante.
Outro lado
Procurada para se manifestar sobre a denúncia, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) disse que a interrupção dos exames de sangue foi temporária devido a uma falha no sistema de osmose reversa, responsável pelo tratamento da água utilizada no equipamento. Esclareceu ainda que o equipamento de bioquímica utilizado é novo, de última geração, com capacidade para processar até 800 testes por hora.
Além disso, a Pasta informou que todas as manutenções preventivas seguem um cronograma rigoroso, e que, durante a manutenção corretiva, as amostras foram direcionadas a outra unidade hospitalar da rede estadual de saúde como medida estratégica para garantir agilidade na liberação dos resultados, sem prejuízo ao atendimento.
Sobre os exames de detecção de sífilis, a Sesau pontuou que em nenhum momento houve suspensão da testagem. O que ocorreu foi uma descontinuidade no abastecimento de kits enviados pelo Ministério da Saúde. Ainda assim, o exame segue sendo realizado normalmente, por meio de outra metodologia laboratorial validada, sem impacto no atendimento aos pacientes da unidade.
Quanto ao relato sobre presença de roedores, a Direção Geral adotou as medidas pertinentes com a dedetização feita por empresa especializada, conforme protocolo institucional.
No que se refere às condições de descanso dos profissionais, a Secretaria destacou que os ambientes destinados aos plantonistas foram recentemente reformados e estão em estado de novo e climatizados. “No local foram instalados novos beliches, e a aquisição de colchões adicionais está em fase final de entrega, visando garantir melhores condições de trabalho à equipe”, finalizou a nota.