Foto: Reprodução/ Freepik 3wi1w
Dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) mostram que, anualmente, o país registra cerca de 20 mil mortes devido à automedicação. Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o hábito é considerado um problema de saúde pública, pode gerar graves sequelas para a saúde do indivíduo.
De acordo com a neurocientista Emily Pires, medicamentos como benzodiazepínicos (ansiolíticos), opioides (analgésicos potentes) ou psicoestimulantes (como metilfenidato e lisdexanfetamina) atuam em sistemas cruciais do cérebro.
“O uso repetido desses remédios pode alterar a neuroplasticidade do cérebro, ou seja, ele começa a depender da substância para manter o equilíbrio, reduzindo sua própria produção natural de neurotransmissores. Essa adaptação causa tolerância (necessidade de doses maiores), abstinência e compulsão, que são marcadores da dependência”, explica a especialista.
Segundo ela, o uso crônico também pode prejudicar a rede executiva central, afetando foco, planejamento e tomada de decisões. “A dependência afeta principalmente o sistema de recompensa, que leva à busca repetitiva pela substância. O córtex pré-frontal, que é responsável pelo controle inibitório e julgamento, o que explica a perda de controle e impulsividade. e o hipocampo e a amígdala, que são ligados à memória emocional e ao estresse, o que reforça a dependência, especialmente em contextos traumáticos”, pontua Emily Pires.
A neurocientista acrescenta ainda que, não há grandes diferenças entre o vício em medicamentos e em drogas ilícitas. “O circuito cerebral da adição é o mesmo. A diferença está na porta de entrada e na aceitação social. Medicamentos muitas vezes começam com prescrição médica ou automedicação ‘inocente’, o que pode mascarar a dependência. No cérebro, porém, o impacto é tão danoso quanto o de drogas ilícitas, especialmente quando há uso prolongado ou abuso”, comenta.
De acordo com ela, automedicar-se é expor o cérebro a desequilíbrios neuroquímicos sem controle clínico. “Isso pode gerar dependência, mascarar sintomas de doenças graves, provocar efeitos colaterais sérios e interações medicamentosas perigosas. Além disso, o uso inadequado pode reforçar circuitos cerebrais disfuncionais, agravando quadros de ansiedade, depressão ou insônia, em vez de tratá-los”, acrescenta.
Apesar de complicada, há uma chance de recuperar o cérebro após uma carga excessiva de automedicação. “A recuperação é possível, mas depende de diversos fatores: idade, tempo de uso, tipo de substância, predisposição genética, e psicossocial e presença de comorbidades. A boa notícia é que o cérebro tem alta capacidade de neuroplasticidade, ou seja, pode criar novas conexões e retomar funções perdidas”, esclarece a neurocientista.
No entanto, esse processo exige tempo, disciplina e intervenções adequadas, como psicoterapia, nutrição, sono restaurador e ferramentas de neuromodulação.
Fonte: Da Redação
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